Sexta-feira, 24 de Janeiro de 2014

...

O sol estava a pôr-se e ela sentiu-se triste, sozinha, o mundo tinha desabado em cima dela numa questão de segundos e agora o que seria dela?

Rita deixou cair o corpo sobre a areia molhada, já não lhe fazia diferença sujar as suas calças preferidas. O seu coração estava completamente destroçado, os seus olhos inchados.

As lágrimas não paravam de cair sobre o seu rosto, a voz estava rouca de gritar, o corpo vermelho de se bater. Mas nada disto fazia sentido, ela não fez nada para que aquilo tivesse aquele fim. Apenas o amou, perdoou, fingiu que esqueceu, que não se importou, mas como é possível alguém acreditar nisso, os olhos dela diziam tudo.

Não dá para acreditar que alguém tenha sido capaz de magoar aquela menina meiga, sincera, amiga, verdadeira. Ela que dava tudo por ele, fazia tudo por ele, só querendo o seu amor em troca.

Mas parece que Miguel tinha coisas mais importantes na vida,como passar a vida a conquistar miúdas, a dizer que as amava, que ia ficar com elas. No fundo ele nunca deixou morrer aquele homem que ainda estava algures dentro de si, um homem que não se importava com os sentimentos dos outros, que pensa que não magoa, que tem duas caras, que mente, engana, destrói, isto tudo porque necessita de aventuras para alimentar o seu ego, para se sentir mais homem e atraente.

Foi durante muito tempo um homem com duas caras, o homem apaixonado, fiel que fazia tudo pela sua mulher e depois sozinho era o mulherengo imbatível.

Então quando a máscara caiu ela fugiu para sempre da sua vida. Ele não foi homem suficiente para encará-la e dizer-lhe o que fazia quando não estava com ela, por mais provas que ela pudesse ter, da boca dele não se ouviu nada.

Então Rita refugiou-se na praia, aquele era o sitio que a deixava calma, ajudava-a a pensar, fazer esquecer que a vida poderia ser tão madrasta.

O carro partiu em alta velocidade e quando parou nem ela sabe como parou e nem se lembra do caminho que fez.A dor no peito era cada vez maior, mais forte, mais intensa, correu pelo areal até que o seu corpo caiu sobre a areia molhada.

Desligou o telemóvel não queria estar para ninguém, apenas queria encontrar-se consigo própria. Sentia-se como se lhe tivessem arrancado o coração a sangue frio, a sua alma congelou e os seus olhos afundaram-se com o oceano. Rita apenas queria morrer e não sentir mais nada, era como se a partir daquele momento já nada tivesse importância. Ela não faria falta a ninguém, ele não iria gozar mais com a sua cara, mas iria ficar para sempre marcado por ela, a sua consciência iria pesar dia e noite até ao momento em que enlouquece-se.

Mas será que um homem assim tem consciência?Não talvez nem isso ele tenha.

Então ela fecha os olhos, sente o cheiro do mar, ouve o rebentar das ondas, imagina-se a sorrir, a correr feita doida atrás de alguém até cair de cansaço e de felicidade. Imagina um sorriso rasgado completamente sincero à sua frente, um sorriso de alguém que não necessita de mentir para ser aquilo que é e para fazê-la muito feliz.

Mas quando abre os olhos volta a perceber que aquele momento não foi real, que a realidade é que aquele coração estava completamente destroçado.

A noite caiu e Rita adormeceu, o cansaço tomou conta dela e quando voltou a acordar já está a nascer o sol de novo. Sente-se como se lhe tivesse passado um comboio em cima e a tivesse partido em mil pedaços. Abre o seu espelho de maquilhagem e o seu rosto parece k envelheceu dez anos, sente-se horrível, a sua auto estima está completamente em baixo.

Liga o telemóvel e recebe tantas mensagens, tentativas de contacto dele e dos amigos que souberam o que se passou, mas ela continua sem querer falar com ninguém. Liga para o trabalho e diz que está doente...é sexta-feira, tem o fim-de-semana pela frente vai fazer-lhe bem para descansar e recuperar.

Então sai dali, passa numa casa de banho, lava a cara maquilha-se, fica no mínimo apresentável e vai em direcção ao consultório de Diogo, o seu amigo do peito, para ele lhe dar algo para dormir.

Diogo é psicólogo, conhece-a desde sempre, evitou de todas as formas que isto acontece-se, mas não adiantou de nada.

Rita senta-se à sua frente e chora como uma menina que acabou de perder tudo, Diogo espera que ela deite tudo cá para fora e espera que ela fale.

- Sabes Diogo é como se de repente me tivessem tirado o chão, sinto-me completamente pisada, destruída, porque andei a viver uma mentira, vivi num mundo de fantasia, mesmo sem saber. Por que é que ele me fez isto?

- Ritinha as pessoas muitas vezes são más, falsas, sentem-se bem em pisar os outros.E muitos homens gostam de ter as suas mulheres em casa para o que lhes é conveniente e de andar a seduzir as de fora porque, uma aventura sabe bem é algo novo. Mas isso não os torna grandes homens, pelo contrário, torna-os pequeninos sem valor. Tu és uma rapariga valiosa, tens carácter, és honesta, meiga, carinhosa, sincera, amiga,pura, és uma mulher de verdade e ele não soube aproveitar, não soube agarrar este amor. Agora anda cá estás com cara de quem precisa de uma abraço gigante.

E pela primeira vez depois daquilo tudo Rita voltou a rir.

Miguel agora sozinho no seu mundo percebeu que tinha feito muita asneira, mas desta vez saiu-lhe bem caro, pois perdeu a mulher da sua vida.

Afinal ela era a tal, mas só caiu em si quando a viu fugir,sempre pensou que ela estaria ali, que jamais o abandonaria, mas enganou-se porque afinal ela tinha sentimentos e o amor também acaba.

Quando menos ele esperou ele acabou, afinal quantas vezes ele a amou? Quantas vezes amou as outras?

 

Bel

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sábado, 11 de Janeiro de 2014

De volta

Boa tarde meus queridos amigos após tanto tempo de ausência estou de volta. 

Em breve voltarei com novas aventuras :)

 

Beijinhos Bel

 

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